quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A atual revolução no mercado de processadores. (parte 2)

Na parte 2 do nosso artigo abordaremos os passos tomados pela outra grande fabricante tradicional de processadores, a AMD. Iremos também abordar o que os fabricantes ARM estão planejando como contra-ataque as essas investidas de Intel e AMD e como todo esse processo se relaciona ao mundo do Software Livre. Sejam bem-vindos e boa leitura.

A AMD também entra no jogo
     Assim como a Intel, a AMD também demorou a perceber a importância no mercado de tablets e portáteis e agora vem correndo contra o tempo de forma a recuperar o tempo perdido na luta contra os ARM. Devido a esse atraso agora enfretará a dura batalha de adentrar por um novo mercado com grandes empresas já estabelecidas.

     Em 2006 com a compra da ATI, uma das maiores fabricantes de chips gráficos do planeta, AMD passou a investir pesado na criação de um novo modelo de processador que iria mudar e revolucionar todo o “status quo” existente na época. De nome exótico, APU (Aplication Processor Unit), fundamentalmente incorpora em um design único a tecnologia de CPU (x86) multi-core, gráficos discretos potente com capacidade DirectX(R) 11 e motor de processamento paralelo, um bloco de aceleração de vídeo de alta definição dedicado, e um bus de alta velocidade que acelera os dados em diversos tipos de cores de processador no design. Seu lançamento, porém, sofreu vários atrasos, só vindo a ocorrer no início de 2011. Projetado inicialmente para as novas gerações de desktops, notebooks e netbooks, em breve devem também estar disponíveis em dispositivos portáteis e tablets, numa clara tentativa de ocupar uma fatia do mercado dos processadores ARM.

     Além disso, segundo a imprensa internacional, a AMD já começou a desenvolver seus próprios chips ARM, ou seja, combaterá o inimigo utilizando suas próprias armas.

O contra-ataque dos ARM:
     Obviamente os fabricantes de chips ARM não iriam ficar assistindo a tudo isso de camarote. Sendo assim, já começam a mover suas peças neste verdadeiro jogo de xadrez. Os próximos chips ARM, a serem lançados durante o próximo ano, virão com recursos ainda mais impressionantes, capacidade gráfica aprimorada, maior quantidade de núcleos no mesmo dispositivo, etc...

     Porém, a grande cartada deverá ser lançada entre o final de 2012 e início de 2013. Serão os chips ARM cortex-A15. Essas belezinhas virão com impressionantes 16 núcleos rodando a incríveis 2.5 GHz. A NVidia e TI, inclusive, já os licenciaram. Alguns analistas chegam a afirmar que esses processadores poderão encarar ou mesmo superar os poderosos Sandy-Bridge, da Intel, em força bruta e capacidade gráfica, porém com um consumo de energia bem menor.

     Tais características não só devem fortalecer ainda mais o poder dos chips ARM no mercado de tablets e portáteis, como inclusive já os fazem ser vistos como grandes ameaças ao mercado de laptops e desktops. Com o anúncio da Microsoft de que a próxima versão do windows, o Windows 8, virá com suporte aos ARM, o temor de AMD e Intel de terem seus mercados ivandidos por esses dispositivos é ainda mais evidente.

O Linux e os processadores ARM.

   Há um ano e meio atrás, IBM, Samsung, ARM e outras empresas fundavam uma organização sem fins lucrativos que tinha como objetivo auxiliar na criação de produtos que utilizassem a arquitetura ARM. Seu nome: Linaro.


     Em um evento no início de maio de 2011 o resultado de seu trabalho começou a aparecer. Lá foram apresentados pela primeira vez os Linaro Evaluation Builds para os sistemas Android e Ubuntu. Além disso há também o “Origen”, uma placa de desenvolvimento ARM de baixo custo que usa o chipset Exynos 4210 da Samsung e foi projetado para rodar os builds de avaliação Ubuntu e Android da organização. A Linaro irá fornecer o código fonte (via download) de seus builds de avaliação em seu web site. Como afirmou o seu CEO, George Grey, “a placa Origen e o fornecimento, pela Linaro, de software e ferramentas tornam mais fácil, rápido e barato o desenvolvimento de produtos de alto perfil com Linux embarcado”.

    Além disso o seu novo programa, o Linaro Partner, espera que fornecedores independentes de software, fabriquantes de aparelhos e provedores de serviço dediquem engenheiros para trabalhar com a Linaro em projetos de interesse comum. Entre as empresas que já se envolveram com o projeto estão a Thundersoft, Mentor Graphics, Genesi, Collabora e em especial a Canonical, sendo esta desenvolvedora do sistema operacional Ubuntu, distro Linux mais utilizada em todo o planeta e base, dentre outras de outras grandes distros como o Linux Mint, Big Linux, Ultimate Edition, dentre outras.

      O resultado desse trabalho começa a fazer diferença no mundo do desenvolvimento de Linux embarcado e não demorará muito para que nós, consumidores e empresas, começemos a sentir seus efeitos positivos.

    Outro ponto a se destacar é que a ARM recentemente anunciou um ambiente de desenvolvimento epecialmente feito para programar sistemas GNU/Linux que rodem em seus processadores. O ARM Development Studio 5 (ARM DS-5) visa diretamente a programação de Linux, em especial o Android, nos processadores que atualmente monopolizam o mercado de celulares, tablets e demais dispositivos móveis. O principal uso desta ferramenta não deve ser em aplicativos como os do Android Market e similares, mas sim em software mais básico do sistema, como o próprio kernel do Linux e nos drivers. Para isto, ela permite o acompanhamento detalhado das diferentes threads e dos módulos ativos no sistema operacional, facilitando a vida de quem programa para ARM.

     Como a ARM não fabrica processadores, mas somente vende projetos básicos que outras empresas adquirem para construir suas próprias versões, a ferramenta vem com suporte a modelos específicos de várias empresas, como a Texas Instruments, Freescale (subsidiária da Motorola) e Marvell. Ausência notável é a nVidia, cujo modelo Tegra tem sido recebido com entusiamo por empresas que produzem tablets e netbooks. Isto não impede o uso do programa nos desenvolvedores Tegra, mas ajustes específicos para o chip terão que ser feitos pelo programador, em vez de virem prontos de fábrica.

Um comentário:

  1. Como compartilhado no G+ e dito, bom começo nobre colega Hugo, fonte, o fundo está para mim muito bom o ar de serenidade, para as noticias.

    Pronto critiquei!

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